Embora não deva ser imprescindível para a auto-valoração, é bom sermos reconhecidos nas nossas relações, de uma forma geral; Especialmente, numa sociedade que costuma ser tão austera, opressora, punitiva.
Que possamos valorizar as boas atitudes, o bem praticado pelas outras pessoas, as relações que estabelecemos e os momentos que vivemos com elas. E sermos mais compreensivos com os eventuais erros, falhas e diferenças dos outros, que são meramente humanos, reais, normais. Amamos (também) quem nos recolhe, nos acolhe, que nos acompanha no silêncio e na escuridão. Precisamos de amor sempre.
Que possamos valorizar as boas atitudes, o bem praticado pelas outras pessoas, as relações que estabelecemos e os momentos que vivemos com elas. E sermos mais compreensivos com os eventuais erros, falhas e diferenças dos outros, que são meramente humanos, reais, normais. Amamos (também) quem nos recolhe, nos acolhe, que nos acompanha no silêncio e na escuridão. Precisamos de amor sempre.
- UM REGISTRO:
VERMELHO
Estava no intervalo do 3° Seminário Regional de IST's e HIV/AIDS sexta-feira, 05/12, quando uma pessoa pôs-se a minha frente e perguntou: "Você se lembra de mim?". Notei que seus olhos lacrimejaram levemente.
Talvez se passasse por mim rapidamente não a reconhecesse, mas quando perguntou e olhei nos seus olhos me lembrei. Os cabelos estavam mais claros e a fisionomia mais suave.
Foi minha paciente, há 11 anos, em 2004. Naquela época sofria de uma depressão franca, com um quadro de somatização importante, de maneira que não me enxergou na primeira sessão e demorou para observar que eu estava grávida. No entanto teve uma evolução boa na terapia, de modo que não tardei a lhe dar alta.
Achei muito interessante quando ela me falou que sempre que veste uma roupa vermelha se lembra de mim (- E eu não me lembraria disso), pois na época da terapia teve um período que ela só usava preto e um dia chegou com uma calça vermelha e eu fiz uma reflexão sobre o aspecto positivo contido ali.
Que coisa massa alguém lembrar de você toda vez que veste uma cor. Achei bonito.
Que coisa massa alguém lembrar de você toda vez que veste uma cor. Achei bonito.
Disse a ela que me recordava do dia que me trouxe um quitute: um saco de "cueca-virada". Naquele dia percebi que estava ficando bem.
Mas, novamente, ela disse algo que eu não imaginava: Disse que ficou pensando se eu comeria, mas eu peguei um pedaço e comi na frente dela. Ela pensou: "Ela comeu".
Creio que tenha comido na frente dela como forma de intervenção, de valorização da produção da paciente, mas eu, Thereza, também comeria sem frescuras.
Mas, novamente, ela disse algo que eu não imaginava: Disse que ficou pensando se eu comeria, mas eu peguei um pedaço e comi na frente dela. Ela pensou: "Ela comeu".
Creio que tenha comido na frente dela como forma de intervenção, de valorização da produção da paciente, mas eu, Thereza, também comeria sem frescuras.
Ela foi relatando uma série de coisas e vi que se emocionava em diversos momentos.
Como as palavras, as ações, as relações diversas causam impacto.
É incrível alguém se recordar de alguma coisa que você falou há mais de 10 anos.
É incrível alguém se recordar de alguma coisa que você falou há mais de 10 anos.
Ao final me deu um abraço muito longo e apertado.
...Ela disse que à época eu falei que o vermelho significava vida.
Espero que tenha o vermelho, que tenha todas as cores.
06/12/2015
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